26.4.08

Fogo de Palha

Foto 1: Raul Teixeira, autografando em 2005
Na adolescência tive a oportunidade de conhecer pessoalmente muitos dos expositores espíritas que hoje ampliaram seu trabalho para além das fronteiras do nosso país.

O Prof. Raul Teixeira sempre foi um dos mais disponíveis aos jovens. Suas vindas anuais ou semestrais a Belo Horizonte eram organizadas por Marlene Assis, que preparava um calendário no interior de Minas Gerais.

Via de regra a mocidade se organizava para assistir as diversas palestras em caravana. Desta forma, a admiração que tínhamos pelo trabalho do médium fluminense foi se transformando em uma grande rede de amizades no meio espírita. Fomos muitas vezes ao oeste de Minas Gerais, participar das CEOMGs (Confraternizações Espíritas do Oeste de Minas Gerais) e o encontramos também no norte-nordeste de Minas e na Zona da Mata.

Raul e Marlene promoveram mais de uma vez o encontro entre mocidades e jovens espíritas fluminenses e mineiros. Muitas vezes fui acolhido com hospitalidade e alegria por jovens de Niterói, alguns já desencarnados, cujas lembranças teimam em alegrar a alma.

Um dos trabalhos incansáveis de Raul era responder às cartas que lhe escrevíamos. Ele sempre separava algum tempo para escrever um cartão, enviar uma mensagem de incentivo, deixar um parágrafo de orientação ou apenas mandar notícias de onde esteve e o que fazia pelo Espiritismo.

Em uma das primeiras cartinhas que ele me escreveu, após ter-me conhecido nas atividades da Associação Espírita Célia Xavier, ele utilizou uma expressão curiosa. Experiente, vendo o entusiasmo com que tratávamos do Espiritismo, ele recomendava que o que sentíamos e fazíamos não se transformasse em "fogo de palha". Ele tinha razão. O entusiasmo nos leva a assumir inúmeros compromissos após o quê não se consegue dar continuidade.

Passaram-se os anos, o conselho permaneceu na memória, além de estar escrito em algum papel, perdido na minha pequena biblioteca, mas é bom o suficiente para ser repassado para as novas gerações de espíritas.


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