13.10.16

COMO FOI O 8o. CONGRESSO ESPÍRITA MUNDIAL?





8º Congresso Espírita Mundial

por Paulo A. Baía Mourinha

Congressistas de 42 nações estiveram em Portugal em Defesa da Vida.


Nos dias 7, 8 e 9 de Outubro, a sala Tejo da Meo Arena, tornou-se pequena para receber os mais de 2000 congressistas que vieram de todas as partes do mundo para assistir a um conjunto de 22 conferências proferidas por médicos, psicólogos, juristas, jornalistas, professores, engenheiros, economistas e gestores, em torno do tema : Em Defesa da Vida.

Com a Organização do Conselho Espírita Internacional e a coordenação da Federação Espírita Portuguesa, o 8º CEM teve inicio com dois lindíssimos momentos culturais de autoria da bailarina Isabela Faria , da pianista Joana Vieira Shumova e  do violoncelista Mikhail Shumov.

Após a constituição da mesa inicial do congresso, tomaram a palavra cada um dos participantes da mesma. Começou Vítor Féria (presidente da Federação Espírita Portuguesa) que deu as boas vindas aos congressistas do 8º CEM e pediu a Raul Teixeira que fizesse a prece de abertura dos trabalhos. Momento de sentida emoção que permitiu perceber o laço profundamente empático entre todos os presentes.

De seguida tomou a palavra Charles Kempf (secretário geral do CEI) que abordou a história dos Congressos Espíritas Mundiais, a sua importância e as suas figuras históricas.

Seguiu-se a muito festejada conferência de Divaldo Pereira Franco que durante cerca de uma hora , trouxe uma perspetiva histórica da busca humana pelo sentido da vida e do seu valor.

Após o intervalo, seguiu-se um bloco de palestras que começou com a Engenheira Nuclear Rejane Planer e a sua abordagem à Cosmologia Espírita. Seguiu-se o tema Vida e Ciência apresentado pelo orador espanhol, António Lledó.

O jornalista e diretor da FEBTV , Carlos Campetti tomou então a palavra para nos falar acerca do Diálogo de Jesus. Faltava apenas José Roberto Santos (diretor científico da AME-ES) se dirigir à plateia com o tema Eutanásia e Distanásia.

A tarde encerraria no auditório com mais um momento cultural, desta vez a cargo da voz suave e doce da intérprete Sílvia Torres, conhecida também como Sonasfly.

Importante referir que antes dos trabalhos no auditório e durante os seus intervalos, nas outras salas decorriam atividades:  venda de livros dos muitos autores presentes e de obras importantes do espiritismo à exibição de e-posters científicos que ao longo dos 3 dias focaram os seguintes temas : Epigenética (Paulo Mourinha) ; Musicoterapia (João Paulo Gomes) ; Arte (Renata Gastal Gomes); Vida Animal (Edison Siqueira); Educação Espírita (Associação Dialogar); O que é a Física Quântica (Nuno Cruz) ; Quântica, Espiritualidade e Saúde (Moacir Lima – Programa Orientadorima); Homeopatia (Paulo Mourinha); Nutrição e Saúde (Ana Sofia); PO2E – Programa Orientador para a Educação Espírita de Crianças e Jovens (Ana Duarte).

Noutra sala, decorreram as entrevistas a várias figuras do movimento espírita e conferências de imprensa.



O segundo dia do congresso (dia 8), iniciou-se com o vibrante poder vocal dos dois contratenores : Luís Peças e João Paulo Peças, que colocaram a sala numa atmosfera de deleite auditivo, como sempre acontece quando se escuta música de qualidade superior.

Os apresentadores da manhã (Marta Rosa e Esteves Teiga) anunciaram então o primeiro orador: o coronel na reserva, João Gonçalves e a sua abordagem ao Pensamento Sistémico. Posteriormente seguido pelo especialista em marketing digital, Vasco Marques, que nos esclareceu acerca do Mundo Digital. Para encerrar este bloco completamente português, veio José Lucas (tenente-coronel na reserva) apresentar As Provas Científicas da Fluidoterapia.

Após o intervalo, foi constituído um painel para trabalhar a questão do suicídio, composto por : Filipa Ribeiro (jornalista) ; Carlos G. Gomes (profissional de inteligência empresarial); Dalva Sousa (professora); Alexandre Silva ( jurista) ; Gelson L. Roberto (psicólogo). Este painel foi coordenado pela presidente da Federação Espírita dos Estados Unidos, Jussara Korngold.

Foi então a vez do Administrador de propriedades, Manuel de La Cruz nos falar sobre o Aborto contando para isso até com convidadas em palco.

Era chegado o momento para o almoço e a alegria continuava presente na sala.
Para iniciar a tarde, nada melhor que ouvir a harpista Helena Madeira, que nos transportou aos planos mais elevados da vida, mercê dos acordes celestiais da harpa e da sua encantadora voz.

Marlon Reikdal, psicólogo clínico, discursou sobre o Inimigo em Mim, abrindo o primeiro bloco da tarde. E quando já só faltavam cinco minutos para as 16 horas, Gláucia Lima, Psiquiatra de profissão dissertou sobre Disforia de Sexo.
A professora Ana Duarte encerrou então este bloco com uma abordagem à Dislexia- Humildade e Aprendizagem.

Após o intervalo, formou-se mais um painel, desta vez para dialogar sobre a Educação. Com a coordenação da psicóloga Miriam Masotti Dusi, juntaram-se ao painel : Vera Milano (funcionária reformada do Banco do Brasil); Milcíades Torres (gerente Comercial); Vera Leite (empresária); Leonor Leal (técnica de RH) e Alessandro Viana de  Paula (magistrado).

Seguiram-se as 3 palestras individuais da tarde, começando com o médico Luténio Faria e o seu tema Medo da Velhice.

Foi então a vez do neuropsicólogo Paulo Mourinha debater o tema A Ética Espírita e o Pensamento Ecológico Profundo.

Ficando o encerramento a cargo do jornalista brasileiro, André Trigueiro, com o tema Espiritismo e Ecologia.

O dia mais preenchido do Congresso - envolveu 20 conferencistas  - terminava e nem por isso se sentia desgaste ou cansaço na vasta plateia que se renovava em conversas e afetuosos abraços muito para além da última sílaba ter sido proferida pelos apresentadores da tarde ( Nuno Cruz e Isabel Piscarreta).

Chegávamos então ao derradeiro dia.

9 de Outubro, dia marcado pelo auto de fé de Barcelona, que em 1861 tentou destruir ideias, mas que se ficou pela transformação de papel em cinzas.

Antes que as palestras tomassem conta do auditório, Maurício Virgens, barítono brasileiro, encheu literalmente o auditório com a pujança de um registo vocal capaz de criar uma parede de som ao mesmo tempo imponente e enternecedora.

Aproveitando a atmosfera especial, Xavier Llobet, advogado de profissão lembrou os acontecimentos do Auto de Fé de Barcelona, tão distantes e no entanto tão perto.

Minutos depois tomava o palco, o presidente da Federação Espírita Brasileira para desenvolver o tema Espiritismo e Vida.

Faltava que antes que a palavra fosse de novo devolvida a Divaldo Pereira Franco, se fizesse uma homenagem Em Louvor à Vida e ao Amor, cortesia de Iris e Cláudio Sinoti.



Foi então já com uma sensação de "fim de festa" que o grande orador baiano tomou a palavra para fazer uma súmula acerca dos temas do 8º Congresso Espírita Mundial e da necessária responsabilização pessoal de cada espírita que ouvindo os conteúdos precisa de os transformar em atitudes diárias. E para enorme alegria dos congressistas que enchiam completamente a Sala Tejo, o Mundo Maior se manifestou através da psicofonia de Divaldo, articulando a mensagem de Bezerra de Menezes, toda ela um convite à superação pessoal através do amor, num mundo que passando por tribulações , precisa de alcançar a verdadeira fraternidade, a única capaz de unir os homens.

Após esta tão importante mensagem, faltavam apenas as despedidas que ocorreram em apoteose, com toda a organização a ser aplaudida de pé pelos congressistas ao som do "Hino à Alegria" que por essa altura Maurício Virgens cantava ininterruptamente, em diferentes idiomas.

Últimas palavras (emocionadas) de agradecimento do presidente da Federação Espírita Portuguesa, a todos os presentes e eis que as cortinas se fecharam pela última vez no 8º Congresso Espírita Mundial.

Um misto de saudades e de dever cumprido inundava a maioria dos corações. Abraços, sorrisos, olhos inundados de lágrimas temperavam o afeto com água salgada…

Até breve diziam uns aos outros.

Até ao 9º Congresso Espírita Mundial, dizemos nós!

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