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3.2.17

JUANA DE LA CRUZ E O CONHECIMENTO

Juana Inés de La Cruz

Influenciado pela série sobre Juana de la Cruz, da Netflix, decidi ler alguns de seus poemas que comprei há mais de uma década. Tenho o volume 1 das Obras Completas, intitulado “Lírica Personal”. Um dos primeiros poemas trata do conhecimento, para minha surpresa.

Juana trata uma questão muito curiosa: o saber como vício. Ela fala de pessoas que vivem em busca do saber e pouco produzem com ele. Faz belas imagens em seu poema, como a dos campos floridos:
“Em amenidad inútil,
¿qué importa al florido campo,
Si no halla fruto el Otoño,
Que ostente flores el Mayo?”

Ela se indaga acima qual é a importância de um campo florir-se todo em maio, se não trouxer frutas no outono.

Creio que o raciocínio é muito semelhante a uma história que me foi ditada pelo Conselheiro, chamada “Os evangelhos de João Ângelo”, que cria um personagem que dedica a vida a pesquisar a interpretação dos textos evangélicos e negligencia seu próprio filho, em casa, não percebendo os sinais de socorro que ele lhe endereça.
Não creio que Juana, erudita como era, se ponha contra a aquisição do conhecimento, mas contra o vício de conhecer por conhecer, de acumular informações e teorias sem ser capaz de dar sentido à realidade ou, como diria Kardec, em ter conhecimento sem desenvolver sabedoria.