Mostrando postagens com marcador Má formação congênita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Má formação congênita. Mostrar todas as postagens

16.4.12

MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA E SER HUMANO



Não tenho conhecimento e informação suficiente para dizer se a Vitória deve ser ou não diagnosticada como anencéfala, mas admiro o amor e a coragem dos pais que vêm a público defender o direito dela à vida.

Cada vez mais as pessoas acham normal considerarem-se umas às outras pela capacidade de trabalhar e produzir. Os improdutivos estariam abaixo do nível da humanidade e com menos direito à vida?

Viver alguns dias é apenas um transtorno para a família e a sociedade? Este transtorno deve ser evitado com a morte?

A medicina realmente é capaz de prever com precisão, a partir de exames de imagem, genéticos, biópsias e todo o seu arsenal de geração de conhecimento, o que acontecerá com o bebê em gestação? Acho que o conhecimento avançou, mas ainda há limites.

Nenhum médico se arrisca a dizer quantos anos viverei, estando fazendo hemodiálise e praticamente sem função renal há cinco anos, e esta informação me é muito importante, porque uma estimativa, por mais imprecisa que fosse, me subsidiaria em decisões importantes para a minha vida. Faltam estudos de esperança de vida de pacientes renais? Creio que não. Por que então, se arriscam a fazer afirmações nos casos de suposta anencefalia e a orientar a interrupção da gravidez? Esta contraprova (e é a segunda que já vi filmada) dos limites do conhecimento médico não deveriam ser veiculadas em um período de uma decisão tão grave e tão problemática ao estatuto jurídico brasileiro?

Agradeço ao Marcelo Freitas Gil o envio deste caso.