12.6.12

A ENFERMEIRA DOS ESPÍRITOS



Dona Odete

Extremo Sul da Bahia, década de 90. Convidado a fazer uma palestra em no Centro Espírita Semente de Luz, em Mucuri, fiquei conhecendo Dona Odete.

Ela havia sido fundadora desta sociedade espírita, mas tinha uma longa trajetória anterior na participação em casas espíritas. Sua experiência mais interessante foi com uma médium de efeitos físicos que durante anos trabalhou em reuniões de materialização e tratamento em Teófilo Otoni, Minas Gerais, chamada de Sinhá, segundo sua filha Vera.

Os doentes participavam da reunião. Dona Odete assumia a frente dos trabalhos como se fosse uma enfermeira. Organizava, preparava o material que seria utilizado, agendava os presentes, entre outros cuidados. Um de seus cuidados mais especiais era com os vidrinhos de vacina que esterilizava, rotulava, enchia com água e colocava à vista dos membros da reunião. Ao longo da sessão, sob a ação espiritual, a água dos vidrinhos mudava sua constituição: uma nova cor, um novo odor e um sabor diferente. Cada vidrinho, destinado ao tratamento de uma pessoa diferente, podia apresentar uma coloração diferente dos demais. Um detalhe: eles estavam fechados e lacrados.

Outra peculiaridade da reunião: os espíritos materializavam-se na penumbra e conversavam com os presentes. Dona Odete guardou consigo uma fita K7 na qual registrou de forma amadora as vozes dos seres que surgiam e se manifestavam. É, talvez, além da memória dos que participaram, o único registro que fizeram e que resistiu ao tempo.
Comentários, orientações, explicações, um humor leve, tudo isto se encontra nos muitos minutos de gravação. José Grosso e Palminha são alguns dos espíritos materializados que falaram ao público (e tiveram suas vozes registradas pelo gravador).

Ao terminarem-se as sessões, estavam escritas as prescrições e orientações de uso do conteúdo dos vidrinhos. Como não havia curiosidade científica, não tenho notícia de qualquer envio para análise das substâncias modificadas ao longo das sessões. Uma pena!

Odete informou-me que uma vez Chico Xavier foi assistir aos trabalhos. Ele advertiu aos organizadores que aquele tipo de mediunidade tornar-se-ia cada vez mais raro. De fato, hoje se contam nos dedos os grupos que trabalham com efeitos físicos, e são mais raros ainda aqueles que obtém fenômenos expressivos, com participação de ectoplasma tangível e visível. Será que na presente encarnação ainda assistirei um renascimento deste tipo de fenômeno para fins de estudos controlados? Espero que sim.

9.6.12

MEMÓRIAS DO LANÇAMENTO DO "CASOS E DESCASOS"

Participantes do lançamento do livro que se dispuseram a registrar o momento.

Sábado, 02 de junho. As reuniões de sábado  da casa de Célia Xavier uniram-se para confraternizar-se e lançar o livro "Casos e descasos na casa espírita", ditado por um espírito que identificamos apenas como Conselheiro.

Cinco ou seis reuniões foram criadas em agosto/setembro de 1986, oriundas de um grupo de mocidade que era composto de pessoas dos 18 aos 80. Com o tempo, alguns dos grupos se fundiram e hoje funcionam apenas três. Vinte e cinco anos, quase vinte e seis de atividades mediúnicas continuadas!

Muitas pessoas perguntaram: será apenas uma noite de autógrafos, regada a refrigerante? Claro que não! Era uma oportunidade ímpar de revermos juntos esta trajetória.

Durante a semana abrimos os álbuns de fotografias e conseguimos imagens da trajetória dos grupos. Cabelos fartos, penteados da moda, outros padrões de roupas, rostos lisos e sorridentes, colegas que já não mais participam conosco e membros que "mudaram de lado" na reunião e hoje são percebidos apenas pelos médiuns, tudo isso passou por nossos olhos em apenas 15 minutos de projeção de fotos e eventos que vivemos juntos.

Membros do grupo de sábado, no qual foram feitas as psicografias que compõem o "casos e descasos"

O poder da imagem é tão grande, que convidamos todos os presentes a registrarem esta hora tão especial, e logo, logo os três grupos se predispuseram a tirar fotos para marcar o encontro e, quem sabe, poder recordar no futuro que estivemos juntos comemorando uma realização coletiva.


Amigos-irmãos da casa, como o nosso eterno diretor Humberto Cerqueira, filho do histórico movimento espírita de Três Rios - MG.

Enquanto confraternizavam, o médium autografava os livros, o que é um momento igualmente de emoção. Encontram-se amigos que há muito não víamos, companheiros de jornada, membros da parentela espiritual, pessoas que vimos chegar jovens na casa espírita e hoje fazem parte da comunidade espírita local.


Autografando...

Foi como uma ventania! Após uma profusão de encontros e emoções, as pessoas se vão e ficam as memórias, nosso mais rico patrimônio.

8.6.12

O CONFLITO DOS PESQUISADORES RUSSOS

Mendeleev
Fonte: Blog engenharia química na rede

Aos poucos, a história do espiritismo e do espiritualismo vai saindo de baixo do tapete e tornando-se conhecida no mundo, aceita como relevante para diversas disciplinas acadêmicas.

Encontrei no Periódicos Capes o interessante artigo de Richard Rice, intitulado "Mendeleev's public oposition to spiritualism" (A oposição pública de Mendeleev ao espiritualismo), publicado na revista acadêmica Ambix, em julho de 1998.

Nele o autor mostra o interesse e simpatia pública pelo espiritualismo por Alexander Aksakof e A. M. Butlerov.

Alexander Butlerov
Fonte: European Association for Chemical and Molecular Sciences


Butlerov promoveu conferências e sessões públicas com Daniel Dunglas Home (1871), que atraíram cientistas famosos em seu país, como o matemático P. L. Chebschev. As sessões não foram bem sucedidas, o que deixou um clima de desconfiança em meio a muitos cientistas russos, e Home retornou à Inglaterra. Rice mostrou que o clima na Rússia era de desconfiança e rídículo contra Home e com relação à mediunidade, vista como diversão apenas. Não se sabia que ela era estudada seriamente por cientistas, o que causou surpresa.

Rice mostra que os estudos de Butlerov com o médium francês Camille Brédif fizeram com que a cortina de gelo e ceticismo se quebrasse e outro cientista russo famoso se afirmasse espiritualista: o zoólogo N. P. Vagner. As publicações em jornal em 1875 incomodaram a Mendeleev, que propôs a formação de uma comissão pela Physical Society para investigar fenômenos espiritualistas.

A comissão investigou dois médiuns ingleses, os irmãos Petty, de 17 e 14 anos, trazidos à Rússia por Aksakov. Em condições controladas, os supostos médiuns não apresentaram fenômenos e foram considerados fraudes.

Rice mostra os excertos dos debates públicos na imprensa entre Vagner e Mendeleev. O primeiro acusa a comissão de falta de imparcialidade e o último afirmou que não viu nada do que é ensinado pelos espiritualistas.

Um incidente com a comissão levou ao afastamento dos membros espiritualistas. Eles fizeram sessões com o médium Clayer, já estudado por Crookes na Inglaterra e eles desenvolveram mesas especiais (não se explica no artigo como foram construídas). Clay conseguiu movimentos com as mesas convencionais, mas não com as experimentais, e a comissão havia decidido que só as mesas especiais seriam utilizadas para fins de pesquisa, o que causou a indignação de Butlerov, Vagner e Aksakov e seu afastamento da comissão.

Mendeleev começou um mês depois a fazer conferências nas quais narrava os trabalhos da comissão e dava explicações com base em teorias naturalistas para os fenômenos alegados pelos pesquisadores espiritualistas. Para ele, o estudo espiritualista era uma superstição.

Rice mostra que a ciência russa desejava ser aceita internacionalmente e os céticos russos viam sua posição anti-espiritualista como uma vitória contra o misticismo em seu meio. Dostoievsky não acolheu bem a posição de Mendeleev, e questionava: "Talvez o comitê, neste caso, estivesse influenciado por alguma opinião alemão ou francesa, mas, se tal ocorreu, onde está sua própria experiência?"

Rice encontrou também o que ele considera como uma atitude preconceituosa, ou pré-concebida de Mendeleev em seus diários. "É necessário um professor para falar contra a autoridade de um outro professor." Ele escreveu. Ele se considera vitorioso em "varrer o espiritualismo da Rússia".

O texto de Rice, que tento resumir, é extremamente rico e detalhado, o autor mostra as posições opostas dos pesquisadores espiritualistas e céticos e merece ser melhor lido e conhecido por quem se interessa pela história do espiritualismo e do espiritismo.

Este trabalho lança mais elementos para os adeptos da tese da Conspiração do Silêncio, ou seja, os fenômenos espirituais foram estudados e discutidos amplamente pela inteligentsia européia e norte-americana no século XIX. Por que se conhece tão pouco sobre isso, nos dias de hoje?

27.5.12

TODOS CONVIDADOS PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO CASOS E DESCASOS EM BH



Lançamento do livro em Belo Horizonte:

Local: Auditório da Associação Espírita Célia Xavier
Endereço: Rua Coronel Pedro Jorge 314, Prado. Esquina com rua Chopin.
Data: 02 de junho de 2012 - Sábado
Horário: 18:15 às 19:30 horas

Prestigie o evento

Visualizar A. E. Célia Xavier em um mapa maior

16.5.12

LIVROS ESPÍRITAS NA BIENAL DE BELO HORIZONTE - MG




Depois de amanhã começa a Bienal do Livro de Minas 2012. Já visitei o site oficial do evento e constatei a presença de um número significativo de editoras para todos os gostos, inclusive as espíritas e espiritualistas.

Dentre elas destaca-se um grande espaço destinado à Federação Espírita Brasileira (FEB), que está prestigiando o evento.

Das mineiras, encontrei a espírita Fonte Viva e a espiritualista Casa dos Espíritos.

Das desconhecidas, encontra-se a Editora Chico Xavier (EDLECX), sobre a qual gostaria de ter notícias.

Das editoras de livros gerais, com uma linha de livros que tratam de temas espíritas e espiritualistas encontrei a Martin Claret e a Bertrand Brasil.

Perdoem as editoras que não localizei em minha rápida leitura da lista de expositores do evento. Senti falta de palestras sobre livros espíritas e espiritualistas e não encontrei uma programação de lançamentos de livros espíritas na Bienal, mas o EC está aberto para divulgar, caso as editoras se manifestem.

Vale a pena dar uma passeada no Expominas para ver livros e livros.

9.5.12

UM GRUPO DE JOVENS EM FUNCIONAMENTO HÁ 40 ANOS


Foto: Lar Espírita Esperança, 2008

Recordo-me de uma visita de um jovem, há muitos anos, que estava fazendo um estudo sobre as mocidades espíritas de Belo Horizonte. Ele trazia uma tese, a de que as mocidades estariam desaparecendo. Esta tese não fazia qualquer sentido para a nossa experiência, talvez fosse uma vivência pessoal que ele buscasse generalizar.

Esta foto é de 2008. Foi um evento que comemorava 40 anos da mocidade da Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte. Não me recordo com clareza, mas acho que esta reunião foi em um sábado, e a foto já foi no apagar das luzes. Raul Teixeira, ao centro, foi o palestrante do evento, que tinha por objetivo marcar muitos anos de contribuições, encontros, palestras, idas e vindas de Niterói.

Para os que não conhecem as pessoas, é apenas um grupo com membros de 8 a 80, mas, para nós, são as muitas gerações de jovens que se sucederam; são histórias vivas de superações e lutas, de dedicação e trabalhos diversos. Cada rosto traduz um imenso conjunto de experiências e afetos. Há lutas e desentendimentos, algum sofrimento, mas uma história de muita intimidade e realização.

Há famílias de duas ou três gerações presentes, algumas com os pais já desencarnados mas ainda presentes em nossas memórias pelo carinho com que nos trataram, pelos auxílios das mais diversas ordens que nos prestaram ao longo de suas contribuições, pela admiração que tínhamos por seus exemplos na assistência e promoção social, na mediunidade, nos estudos, e em muitas outras situações. Quem vê este grupo não tem a menor ideia do que significaram e significam para nós. Quem se atreve a falar do movimento espírita de fora, reduzindo a rica experiência que vivemos juntos ou não tão juntos assim aos estreitos jargões da alienação ou do controle social, definitivamente não têm qualquer noção do que escrevem.

Quando ouço um jovem nos dias de hoje repetindo as frases prontas dos anos 70, muitas vezes por desejarem trilhar o caminho das festas, relacionamentos brevíssimos e prazeres sem culpa aparente, só posso respeitar-lhes as escolhas e pensar comigo mesmo que eles não sabem o que fazem.

6.5.12

O LIVRO "CASOS E DESCASOS" ESTÁ NO PRELO


O grupo mediúnico que participo está em atividade desde 1986. Ele iniciou-se em uma casinha anexa à Associação Espírita Célia Xavier, e neste meio tempo, muita coisa aconteceu.

Meus exercícios com psicografia são mais recentes, iniciando-se no final dos anos 1990. Psicografia intuitiva, a capacidade de registrar outras informações sobre os espíritos comunicantes que não as ideias e as emoções são muito limitadas. Os primeiros resultados foram textos de um ou dois parágrafos, mas apesar das limitações, a continuidade possibilitou o surgimento de trabalhos diferentes, com estilos diferentes e propósitos diversos. Ao fundo, nota-se a limitação do médium para traduzir o aluvião de informações, imagens e sentimentos que envolvem uma comunicação espiritual.

Após muitos anos, um espírito que assina com o pseudônimo de Conselheiro iniciou um gênero totalmente diferente das dissertações, depoimentos e orientações que eram os principais conteúdos de minha produção mediúnica. Ele ditava pequenos contos, com um viés psicológico, sobre pesonagens fictícios, mas factíveis. Seu trabalho circulou discretamente nas mãos de espíritas que considero lúcidos, de Belo Horizonte e São Paulo, quando surgiu a proposta de publicação.

O Dr. Alexandre Caroli Rocha reviu paciente e voluntariamente o texto, com o cuidado que lhe é próprio, o que agradeço de coração. Mais um Alexandre Rocha, trouxe a si o interesse de produzir e dedicou-se ao projeto como editor do Instituto Lachâtre, que acolheu as histórias do Conselheiro, enriqueceu-as com a arte de Rita Folker, incentivou a criação de um índice remissivo e agora já apresenta as primeiras imagens da capa, que traduz bem o escopo do livro.

O Conselheiro escreve para os espíritas. Ele não os critica, nem elogia, apenas focaliza e tematiza seu cotidiano, seus conflitos interiores, suas relações com a família e os outros membros do movimento espírita, seus impasses ante as situações que surgem ao longo da vida, na maioria das vezes, fruto das nossas próprias escolhas presentes ou passadas. Creio que ele faz pensar, faz refletir.

Como nos trouxe reflexões públicas, achamos apropriado devolver ao público para que ele próprio faça sua avaliação e tenha, na pena do Conselheiro, um apoio para pensar sobre si mesmo e sobre o seu trabalho no movimento espírita.

Tenho, portanto, a satisfação de convidar a todos para acompanhar o nascimento deste livro, e a humildade de saber que depois de publicado, ele não mais nos pertence.

Informações sobre o livro e sua aquisição dentro de algumas semanas: http://www.lachatre.com.br/loja/index.php/

20.4.12

NASCE O "LEITURA ESPÍRITA"



O Instituto Lachâtre é uma instituição sem fins lucrativos sediada em Bragança Paulista - SP. Em abril, ele iniciou mais uma de suas atividades, o jornal Leitura Espírita.

O número 00 traz diversos artigos, ligados a temas interessantes e curiosos, inclusive um de quem agora escreve a você.

A jornalista Rita Folker prometeu em sua página do facebook um exemplar para quem curtir o jornal, acho que no endereço abaixo:

 http://www.facebook.com/pages/Instituto-Lach%C3%A2tre/197544110317565.

Em breve, este selo irá publicar um livro mediúnico do espírito Conselheiro. São contos psicológicos ambientados no universo espírita, intitulado: Casos e descasos na casa espírita. Fiquem de olho. 

18.4.12

O MINEIRO DIVALDO FRANCO



Notícia fresquinha e quentíssima. Divaldo Franco é mineiro! Mesmo não falando uai, nem sô, ele ganhou o coração dos habitantes das highlands brasileiras e tornou-se mineirim por decreto.

A Assembléia Legislativa, em um gesto de boa vontade com os espíritas que, influenciados por este homem e por outras estrelas brilhantes do espiritismo, dedicaram parte de suas vidas à construção de uma Minas Gerais melhor de se viver, mais admirável, mais respeitada pelos entes federativos, deu-lhe uma nova certidão de nascimento, agora, no ocaso da vida.

Divaldo pode ser encontrado em dezenas de cidades mineiras, ao mesmo tempo, em instituições que inseriram em seu frontispício o nome da Joanna de Ângelis, abriram suas cozinhas e suas salas de aula para a infância, a juventude, a idade adulta e a terceira idade. Ele pode ser visto furtivamente nas prateleiras de bibliotecas que acomodam parte dos milhões de livros publicados, dedicados ao bem e à prática da caridade benevolente.

Divaldo está nas ruas, nas rodas de conversas, nos grupinhos de jovens que saem das mocidades espíritas, nas sessões mediúnicas promovidas por pessoas sem idade delimitada. Ele está nos jardins da Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, aberta em nome de sua mentora no bairro Primeiro de Maio, na esquina da rua Clara de Assis. Divaldo também pode ser encontrado nas residências, no momento íntimo do culto do evangelho no lar, nas telas de computadores que acessam tudo o que produziu.

Ele diz que nada fez, que apenas trouxe o que lhe foi concedido, mas bendito seja o mensageiro, o portador da missiva e da encomenda, que chega na hora aprazada para cumprir sua missão.

16.4.12

MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA E SER HUMANO



Não tenho conhecimento e informação suficiente para dizer se a Vitória deve ser ou não diagnosticada como anencéfala, mas admiro o amor e a coragem dos pais que vêm a público defender o direito dela à vida.

Cada vez mais as pessoas acham normal considerarem-se umas às outras pela capacidade de trabalhar e produzir. Os improdutivos estariam abaixo do nível da humanidade e com menos direito à vida?

Viver alguns dias é apenas um transtorno para a família e a sociedade? Este transtorno deve ser evitado com a morte?

A medicina realmente é capaz de prever com precisão, a partir de exames de imagem, genéticos, biópsias e todo o seu arsenal de geração de conhecimento, o que acontecerá com o bebê em gestação? Acho que o conhecimento avançou, mas ainda há limites.

Nenhum médico se arrisca a dizer quantos anos viverei, estando fazendo hemodiálise e praticamente sem função renal há cinco anos, e esta informação me é muito importante, porque uma estimativa, por mais imprecisa que fosse, me subsidiaria em decisões importantes para a minha vida. Faltam estudos de esperança de vida de pacientes renais? Creio que não. Por que então, se arriscam a fazer afirmações nos casos de suposta anencefalia e a orientar a interrupção da gravidez? Esta contraprova (e é a segunda que já vi filmada) dos limites do conhecimento médico não deveriam ser veiculadas em um período de uma decisão tão grave e tão problemática ao estatuto jurídico brasileiro?

Agradeço ao Marcelo Freitas Gil o envio deste caso.

13.4.12

CORREIO FRATERNO PUBLICA ENTREVISTA COM PRESIDENTE DO CONSELHO ESPÍRITA FRANCÊS



Michel Buffet, 68 é o atual presidente do Conselho Espírita Francês. Em entrevista exclusiva ele fala de temas como a situação atual do espiritismo na França, o Conselho Espírita Internacional, o trabalho de Jean Meyer e os efeitos da guerra no movimento francês.

Observa-se que há uma organização e um planejamento das ações por parte da federativa francesa, e as questões culturais também são consideradas por Buffet.

Além desta matéria o número conta com um artigo sobre a viagem espírita de Kardec em 1862, um artigo sobre consumismo escrito por André Trigueiro, uma leitura sobre o mundo infantil escrita por Pedro Camilo, um artigo sobre conflitos do Guaraci (Juiz de Fora), etc.

Vale a pena conferir. 

10.4.12

HERMÍNIO MIRANDA FAZ HOMENAGEM A OSMAR RAMOS FILHO



O jornal Correio Fraterno publicou um texto de Hermínio C. Miranda sobre Osmar Ramos Filho, que desencarnou em outubro de 2011. http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/23/875-o-pesquisador-que-identificou-a-presenca-de-balzac. Como ele não era ligado ao movimento espírita, a notícia de sua desencarnação foi discreta nos veículos de mídia espírita.

Conheci Osmar através de seu texto erudito, "O avesso de um Balzac contemporâneo: arqueologia de um pasticho". É um denso estudo comparativo do texto de Balzac-espírito, via Waldo Vieira, presente no livro "Cristo espera por ti" e de sua extensa obra publicada originalmente na língua francesa e já traduzida para o português. Na primeira edição da Lachâtre, ele tem 594 páginas, um livro que vai na contramão do mercado, mas uma contribuição importante ao conhecimento espírita. Evitarei repetir o que o Hermínio já disse sobre o Osmar, com que privava um convívio pessoal e fraterno.

O trabalho de Osmar é técnico e de difícil leitura para as pessoas não familiarizadas com o conhecimento técnico da literatura, assim como quem escreve a vocês. Recordo-me de quando era responsável pela compra e venda de livros em um centro espírita da capital mineira. Fiz uma ordem de compra de um ou dois exemplares para que o nosso público, de quase duas mil pessoas por semana, pudesse conhecer o livro. Passados alguns meses, como não fossem vendidos, o funcionário responsável pela venda de livros ria, não sem ironia, ao ver o exemplar na estante.

Não me arrependo do pedido e da presença dos livros na livraria. Ela cumpriu seu parte de seu papel, mesmo que ninguém se motivasse a ler ou arriscasse conhecer. Arrependo-me, sim, de não ter dado mais publicidade ao trabalho, fundamental para despertar a curiosidade dos que poderiam e podem ainda lê-lo. Acho que me redimo com esta pequena matéria.

Há grandes obras e autores cuja sina é não ser reconhecidos em vida, porque não seguem as tendências e as multidões. Com a redescoberta do espiritismo pelas academias, e a nova onda de estudos sobre a mediunidade, sobre os espíritas do século 19 e sobre a literatura espírita, quem sabe não veremos este trabalho ser redescoberto e valorizado em um futuro próximo, por um público capaz de aproveitar todo o suor e dedicação que lhe foram dedicados?  

3.4.12

ESPIRITISMO COMENTADO NO RÁDIO?


A rádio Boa Nova entrevistou-nos para o programa Roteiro, que é realizado pelo simpático radialista Adriano Marques.

Conversamos sobre assuntos diversos: o voluntariado, que é o tema central, mas também a Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE), o Eduardo Carvalho Monteiro, o Espiritismo Comentado e o movimento espírita, sempre com bom humor e simpatia.


A data é 01/03/2012.

Comentem! Critiquem! Ajudem a melhorar.

31.3.12

ELIAS E JOÃO BATISTA NA VOZ DE TIM E VANESSA



Uma das passagens evangélicas estudadas por Kardec é o reconhecimento de Jesus diante dos discípulos que João Batista era o Elias que havia de vir. Ao contrário de outras tradições cristãs, os espíritas entendemos que se trata de uma afirmação da doutrina da reencarnação.

Gladston explora na letra da música a questão da lei de causa e efeito, na qual o homem é livre para escolher seus atos, mas se torna responsável por eles, ou seja, herda-lhes as consequências. No caso de João Batista, observa-se a simetria histórica de sua morte encomendada, frente à execução dos sacerdotes de Baal, feita por Elias.

Conhecer a vida dos dois personagens dá ao ouvinte uma capacidade de entrar nas poéticas palavras de Gladston, imortalizadas na voz dos dois intérpretes.

24.3.12

UMA CANÇÃO ESPÍRITA DE NATAL





Se você gostou de Tim e Vanessa, não pode deixar de ouvir esta música de James Marota. Ele é conhecido pela qualidade de suas composições.

A surpresa desta interpretação fica por conta da Cacau, que permitiu que a música fosse cantarolada pelos amigos dos países de língua inglesa.

Vendo o trabalho final, ainda não entendi por que não concorreu ao Grammy.

Algum dos leitores conhece o intérprete? Que bela voz, hein?

21.3.12

DIVALDO FRANCO NOS EMIRADOS ÁRABES


Os Emirados são um país de língua árabe e têm como religião oficial o Islã. Acho que Kardec se emocionaria ao ver seus habitantes interessados no espiritismo.

20.3.12

CONHEÇA O INSTITUTO LACHÂTRE.

O Instituto Lachâtre, situado em Bragança Paulista - SP, fez uma publicação recente na qual apresenta sua identidade, objetivos e outros temas de interesse.

Ele visa à divulgação do espiritismo e seu informativo anuncia o surgimento da revista Leitura Espírita.

Confiram.

18.3.12

PARABÉNS PARA O EC!


O Espiritismo Comentado está comemorando cinco anos! Na verdade, foi no dia 11 de março, mas festa de aniversário tem que ser comemorada no fim de semana, não acha?

Nestes cinco anos crescemos muito. São 491 membros públicos, que associaram suas identidades digitais ao EC e passaram a receber as publicações assim que elas vão para a net.

Temos uma média de acessos entre 100 e 200 pessoas por dia. Pessoas dos cinco continentes, mas especialmente do Brasil, dos Estados Unidos, de Portugal, da Europa em geral e do Japão. Vez por outra temos alguns leitores Australianos e latino americanos. Obrigado a todos! Quando puderem avisem se é possivel ler as matérias com o tradutor simultâneo, que sei que trunca um pouco o que se escreve.

Outro recurso que inauguramos em 2011 foi o compartilhamento com o Facebook e o Twitter. Os dois ainda estão em meu nome (Jáder Sampaio), mas são uma forma de acompanhar na horinha quando sai do forno uma publicação nova.

Separamos sem divórcio a publicação de eventos do corpo do EC. Estamos mantendo com a ajuda do Leandro o blog Eventos Espíritas (http://eventoespirita.blogspot.com) onde se pode ter sinteticamente o acesso a palestras, seminários, simpósios, lançamentos de livros e outros. A divulgação é gratuita, mas a única exigência é que o evento seja divulgado em um arquivo de imagem do tipo jpeg ou outros, porque ele aparece em uma janelinha do EC.

No segundo semestre de 2007 inserimos o contador de acessos, e agora que escrevo está em 227.363. Temos também o Flag Counter, no pé da página, e pude assistir a comunidade espírita norte-americana superar a portuguesa ao longo do ano. Um obrigado especial aos leitores de Atlanta e de Mountain View, que sempre estão acessando nossos trabalhos. Mandem-nos notícias para que a comunidade EC possa conhecê-los.

Chega de números! Contamos com vocês em 2012, quando comemoraremos os 500 followers e, quem sabe, os 300 mil visitantes.

17.3.12

ESPIRITISMO, FICÇÃO CIENTÍFICA E CULTURA CEARENSE: ÁREA Q

Cena de Área Q


Qual é a relação entre ficção científica, histórias de Quixeramobim e Quixadá (CE) e espiritismo? Resposta: Área Q. Entendeu? Não? Eu explico.

A Mundo Maior Filmes faz lançamento nacional no dia 13 de Abril do filme Área Q. Já existe no Facebook uma página dedicada ao filme: http://www.facebook.com/pages/Area-Q/278495788883488

A história é, no mínimo, intrigante. Envolve "causos" de abdução contadas nas cidades do interior cearense e espiritualismo. Trata do desaparecimento do filho de um jornalista, que vai a Fortaleza em busca de respostas.

Mais informações? Só mesmo vendo o filme. Estou pelo menos intrigado: será que é bom? Vamos conferir.

16.3.12

PEDRO INTERPRETADO POR TIM E VANESSA



Uma amiga contou-me que em seu grupo de mocidade, há muitos anos, cantava-se "pintinho amarelinho".  Outra disse-me que não gosta de música que vem com a alcunha de espírita, por sua baixa qualidade. Pessoalmente, cantei em coral espírita na juventude e tive contato com diversas músicas e canções, e até hoje algumas me emocionam.

Um grande incentivador da música no meio espírita foi Leopoldo Machado. Na metade do século passado, a questão de cantar-se ou não no meio espírita era imensamente polêmica, e chegou-se a escrever um livro de entrevistas sobre esta questão. Grandes espíritas manifestaram-se, uns a favor e outros contra. Bons tempos. Recordo-me de uma das tiradas do Leopoldo, que dizia com outras palavras: "Para enfrentar aquelas preces quilométricas, que demoram minutos a fio e parecem não encerrar nunca, só com música!"

Tim e Vanessa são dois intérpretes e compositores de Minas Gerais. Gosto de muita coisa que eles produzem, e esta música, em especial, é emocionante.

A letra, aos moldes dos Paralamas do Sucesso, contam uma história, a do apóstolo Pedro. As metáforas dão vida aos diálogos, que ficam evidentes com o jogo de vozes entre Tim e Vanessa. Quem conhece os episódios que vão se sucedendo vê que não é uma história linear, mas vai e volta, como uma onda, entre a conversão e os testemunhos.

"Vem que eu te farei um pescador de homens"
"Depois do mestre, martírios são troféus"
"Sou pequena ovelha, atemorizada, balindo negação"
"Pedro, tu me amas; Pedro, tu me amas; Pedro, tu me amas?"
"Ouve Simão Pedro, morrerás em cruz. Não, eu não mereço essa distinção"
"As mãos que Ele tocou, os pés que Ele lavou, apontarão os céus"
"Volvo à vida e tomo pela tua mão"
"E tu que és rocha, constrói a minha casa, no coração do irmão"

O arranjo é belíssimo, melodioso, e a voz de Vanessa arrepia.

Quem pode ser simpatizante do cristianismo e não emocionar-se com uma melodia dessas?

15.3.12

DUAS CARTAS PARA UM MAGISTRADO


Imagem de uma carta escrita à mão
Você escreveria uma carta para um juiz de direito dando declarações falsas sobre a morte de seu cônjuge? Acha que sua sogra o faria?

Camille Flammarion escreveu diversos livros com o material que ele recebeu sobre fenômenos psíquicos em geral de toda parte do mundo. Deste material, ele escreveu diversos livros e exemplificou em outros, como é o caso de "A Morte e Seu Mistério", publicada em três volumes pela FEB (Antes da Morte, Durante a Morte e Depois da Morte).

No volume III, Flammarion transcreve um estudo publicado nos Annales des Sciences Psychiques, de 1919 (pág. 67)

Ele narra a desventura do Conde Ubaldo Bêni, que empregou o jovem Garibáldi Veneziâni. Este último passou a desviar-lhe dinheiro e foi descoberto. Em viagem de negócios no dia 24 de agosto de 1916, já retornando de Lucera para Montecorvino, em um tílburi (uma charrete de duas rodas e dois assentos), foi assassinado pelo empregado.

No inquérito descobriu-se a fraude de Garibáldi, através dos vales e recibos dos correios, e este confessou o crime, sendo preso e acusado em juízo.

O inquérito estava para terminar, quando o juiz recebeu do delegado de polícia de uma cidade da Úmbria (Itália) duas cartas.

A primeira, da Condessa Bêni-Gasparini, afirma o seguinte:

"Atesto que na noite de 24 do corrente, quando esperava ansiosa a volta de Ubaldo, vi diante de mim meu marido, que me disse: 'Olha, tiraram-me das mãos as rédeas do cavalo. Procura o traidor. O culpado tem uma mancha na vista' " Ana Bêni

A segunda, da Condessa Catarina Bêni, mãe de Ubaldo, assim o diz:

"Na manhã do dia 26 do corrente, tenho a certeza que vi praticarem o crime que matou meu pobre filho Ubaldo. Pareceu-me vê-lo chegar no seu tílburi, por uma estrada deserta, quando foi atacado. O agressor tinha um sinal especial, pequena mancha numa das vistas. Meu pobre filho, ao cair ao chão na parte baixa da estrada, fez um movimento e o assassino fugiu precipitadamente." Catarina Béni.

(Flammarion, Camille. A morte e seu mistério. vol III. Rio de Janeiro: FEB, 1982. pág 167-168.)

Conspiração ou comunicação espiritual de Ubaldo Bêni? Deixo as conclusões ao leitor.



9.3.12

DEUS PUNE?




A concepção espírita de Deus difere da de outras doutrinas cristãs. Deus não é visto como Espírito ou pessoa, mas como uma inteligência superior e a causa primeira de tudo.

Quando Allan Kardec escreve sobre a permissão de Deus para os atos dos homens, ou fala de castigos, ele se refere às leis universais, criadas por Deus e que conferem consequências e limites às ações do homem. Esta visão é bem clara na questão abaixo de "O Livro dos Espíritos" que transcrevo no EC:


964. Mas, será necessário que Deus atente em cada um dos nossos atos, para nos recompensar ou punir? Esses atos não são, na sua maioria, insignificantes para Ele?

“Deus tem Suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: Foste guloso, vou punir-te. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a conseqüência dos excessos. Eis aí a punição; é o resultado da infração da lei. Assim em tudo.”

3.3.12

CHAMADA DE TRABALHOS PARA O 8o. ENLIHPE


Está publicada a chamada de trabalhos para o 8o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

O tema de 2012 será "Espiritismo na atualidade: das práticas cotidianas ao meio acadêmico".

Interessados em submeter trabalhos podem acessar o site da LIHPE, especialmente a página http://www.lihpe.net/wordpress/?p=580

26.2.12

O CÃO FILÓSOFO




“Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.” Allan Kardec, O livro dos espíritos, questão 597 a.



Quando o cãozinho Gêra chegou na casa dos Lima, entendeu que havia conquistado um novo território. Macho, movido por seus instintos, começou a demarcar seu território. Urinou pelos quatro cantos da casa, molhou os pneus dos automóveis e deixou bem claro que aquele lugar e todos os que nele habitavam pertenciam a ele.
Como eram bons os Lima! Eles davam comida, faziam carinho e realizavam com alguma limitação, mas corretamente, o seu papel de servi-lo. Eles reconheciam que o território era de Gêra, e por consequência, Gera os aceitava e os desejava.
Um dia, Gêra ficou sem entender por que seus servos não o obedeceram. Eles o pegaram à força e o mergulharam em uma substância gelada, cobriram seu pelo de bolhas e feriram seu olfato com um cheiro forte que ele desconhecia. Contudo, como eles o secaram e deram-lhe comida e água, aquela má impressão passou. Gêra ficou confuso. Os Lima são bons ou maus? Noutro dia, os Lima o levaram a outro ser humano esquisito, com um jaleco branco, fora do seu território. Fora abduzido por seus servos, sequestrado! Eles o chamavam de veterinário. O veterinário o imobilizou, colocou uma máscara desconfortável em sua boca e mexeu em todo o seu corpo. Que desconfortável e que desrespeitoso! Depois, que crueldade, ele o feriu! Gêra não pode acreditar que seus servos permitiram que um estranho o torturasse! Sentiu uma pontada dolorosa entrando corpo adentro! Se eles sabiam que o veterinário o iria torturar, então Gêra não teve dúvidas, eles eram sádicos, malvados, perversos. Chorou imensamente por ter tido essa má sorte.
Passados alguns banhos, vacinas e remédios (que gosto horrível) Gêra entrou em uma crise existencial canina, porque pensara que seus servos eram bons, e de fato eles atendiam suas necessidades e até lhe davam carinho, brincavam com ele, mas ao mesmo tempo permitiam que ele padecesse aqueles sofrimentos! Foi quando surgiu o gosto pela filosofia.
O cão filósofo começou a pensar e inicialmente apontou a contradição dos Lima. Como poderiam ser bons os Lima, se o faziam sofrer? Se os Lima o faziam sofrer, eram maus, sádicos, não poderiam ser bons. A contradição entre a maldade e a bondade dos Lima o levou a uma conclusão lógica: os Lima não existiam. Eram uma ilusão canina. Os cães, em sua fragilidade, haviam criado a ilusão do Dono, em sua história e, ele, fora ludibriado por esta fantasia milenar de sua espécie.
Gêra passou a viver como se os donos não existissem. Não brincava mais com eles, mas sempre comia a comida e água que apareciam. Entrou em um estado de indiferença, ataraxia. Tinha certeza que a comida chegava até ele por acaso, que ela fazia parte de seu território, que as sensações desagradáveis, como o banho, eram fruto de algum mecanismo fisiológico de seu corpo canino, e suspeitava que fosse algum tipo de alucinação que era oriunda do cérebro, afinal, donos não existiam.
Para dar uma contribuição à sociedade, resolveu explicar aos outros cães sobre a alucinação dos donos, e uivava à noite, tentando explicar a verdade o mais longe que pudesse. Às vezes ouvia o cão do território vizinho dizer que ele estava enganado, mas não se deixava convencer, nem abater e estava aberto a discussões, com seus latidos e ganidos. Como era difícil ser um cão esclarecido!

24.2.12

DIVALDO FRANCO FALA SOBRE PUBLICAÇÃO DE LIVROS ATRIBUÍDOS A ESPÍRITOS




O vídeo é curto, mas a mensagem muito clara. Divaldo entende que uma livraria espírita não deve disponibilizar livros apenas porque vendem e são atribuídos a espíritos.

Você acha que apenas por que um livro é atribuído a um espírito e considerado psicografado, ele é coerente com o espiritismo?

20.2.12

CARNAVAL? O QUE É ISSO?


Há uma saudável discussão sobre as origens do carnaval, embora a maioria dos foliões não estejam muito interessados nisto.

Curiosamente, o carnaval é uma inserção de cultos pagãos no movimento cristão.

O velho Houaiss fez um estudo etimológico no qual encontra no latim medieval a origem da palavra carnaval.




1. carneleváre ou carnileária - "véspera da quarta feira de cinzas em que se inicia a abstinência de carne exigida na quaresma" (século XI ou XII)
2. carnelevale - milanês (1130), oriundo do latim clássico carne levare (abstenção de carne)
3. carnevale - italiano (século XIV)
4. carneval - francês (1552)
5. passa às demais línguas européias (século XVII)

Guitar (2001) afirma que o carnaval se origina da Saturnália, uma festa romana na qual as pessoas rompiam com as diferenças de status social, escravos poderiam criticar seus donos, banquetes eram feitos e se elegia um príncipe da festa (que evoca a imagem do Rei Momo moderno), que regularia o que aconteceria (de forma apenas simbólica).

A data da Saturnália é próxima ao período do Natal (solstício de inverno, a mais longa noite do ano no hemisfério norte), mas teria sido posteriormente adiada para as vésperas da quaresma, próximo ao equinócio da primavera, na Itália.

Além do sincretismo pagão, nas Antilhas se incorporaram elementos da cultura indígena local (dança, música e participação de todos os membros da comunidade, como celebração da plantação da Yucca (que é comida até hoje no México por época do carnaval) e da comunidade africana, trazida como escrava. Dos africanos vieram os ritmos, as cores e as máscaras.



No Brasil veio o entrudo, uma festa portuguesa celebrada à época do carnaval, que consistia de brincadeiras e folguedos. O nome se deve a grandes bonecos que faziam parte da festa, e o entrudo de rua trazia, segundo a Wikipédia, brincadeiras violentas como o lançamento de urina e sêmem nos participantes. No século XIX vieram algumas tentativas de proibição do festejo, mas sem sucesso.




No Brasil, havia também blocos, cordões e desfiles de automóveis, chamados corsos, no início do século XX. Posteriormente surge o desfile de escolas de samba e as demais variações de festejos, como os que acontecem na Bahia, Pernambuco e no interior de Minas Gerais.

Participar ou não do carnaval de rua? Deixo a questão ao leitor. 

14.2.12

RECORDAÇÕES DE ZÉ ARIGÓ



O site Espiritismo BH entrevistou Leida Oliveira, pessoa que trabalhou desde a juventude com José Arigó, médium curador de família católica que foi estudado por José Herculano Pires no livro cuja capa se acha apresentada acima.

Ela fala da infância, surgimento da mediunidade, curas realizadas, perseguições por parte da igreja, a relação com médicos e o processo por curandeirismo e exercício ilegal da medicina.

O indulto da pena de prisão de José Nilo (pai de Leida) e Arigó por Juscelino Kubistcheck é um dos eventos narrados por sua biógrafa oral. Tendo sido novamente preso em Lafaiete, ele era procurado na cadeia pelas pessoas sem acesso ao tratamento médico e continuou suas atividades mediúnicas.

A recuperação da época por Leida lembra muito a relação da sociedade com Chico Xavier e com o espiritismo em geral, apesar de Arigó (que significa matuto, caipira) não ter estudado a doutrina como o médium de Pedro Leopoldo/Uberaba.

De um evento curioso do interior das Minas dos anos 50 ao impacto internacional de seus fenômenos, Leida faz uma narrativa deliciosa, que nos prende do início ao fim.


Outra dica: a Leida é autora de um livro sobre Arigó. Eu ainda não li, mas vamos conferir?


6.2.12

FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA ABRE REFORMADOR



No terceiro ENLIHPE, em Belo Horizonte, o representante da Federação Espírita Brasileira nos informou sobre todas as ações de conservação do acervo bibliográfico, digitalização e disponibilização ao público.
Há alguns dias, o Prof. Vinícius Lousada comunicou à LIHPE a disponibilização do conteúdo de Reformador ao público.
As três últimas décadas já estão na base de informações e as demais devem ser integradas até julho de 2012. O link é www.febnet.org.br/acervo/
Fiz algumas pesquisas e depois de algum tempo encontrei meus artigos, mas tive que digitar o sobrenome, seguido do nome e observar a questão dos acentos (meu nome é acentuado, mas a base recupera o nome sem acento). Como há muitos autores com o sobrenome Sampaio, foi necessário fazer diversas tentativas até obter os três trabalhos. 

A pesquisa por palavra-chave foi bem sucedida. Foi necessário aguardar um pouco até aparecer na direita o link de visualização.
É possível também pesquisar por revista, por coluna, título e outras informações. Se você tem a referência completa que está buscando, é bem fácil obter o trabalho em pdf. Recuperei 383 trabalhos que trazem Deus no título.

Foi fácil também baixar a revista na memória do computador e recortar o trabalho do pdf. Veja a inserção do texto de Denis:


Faça uma experiência e leia Reformador de seu micro, note ou tablet.

3.2.12

JORNAL 'O IMORTAL' PUBLICA ENTREVISTA


O Imortal é um jornal publicado na cidade de Cambé, no Paraná, e circula há quase 60 anos. Pode ser lido na internet, em O Consolador:

Neste mês tive a grata surpresa de ver publicada a entrevista feita por Guaraci Silveira, de Juiz de Fora, publicada na edição de fevereiro de 2012.

Confiram!



2.2.12

SAIU MAIS UM NÚMERO DO BOLETIM GEAE


O Boletim GEAE é uma das mais antigas publicações espíritas digitais na internet. GEAE significa Grupo de Estudos Avançados Espírita. Hoje, de cara nova, tem o formato de uma revista digital, que se pode baixar gratuitamente e folhear com o Adobe Reader (o da extensão pdf), um programa gratuito de leitura de documentos, muito disseminado e fácil de se obter.

As primeiras publicações foram feitas como se fossem folhas datilografadas na internet, mas sempre com um conteúdo instigante, contribuição internacional e divulgação de eventos de caráter espírita. Iniciaram-se há vinte anos!

Artigos, perguntas e respostas e debates (alguns polêmicos) em torno do espiritismo tem sido a tônica do grupo.

Para acessar o Boletim 548 diretamente, digite o endereço abaixo no navegador:

(PDF para download - http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae548.pdf)

30.1.12

MOSTRA DE FILMES COM CONTEÚDO ESPÍRITA EM LONDRES



Se você estiver em Londres e quiser fazer um programa interessante na última semana de fevereiro, vá à sala Alfred Hitchcock, na Queen Mary University of London, e assista, gratuitamente, pelo menos um dos dez filmes de conteúdo espírita e espiritualista que serão exibidos em uma mostra organizada pela Prof. Else P. R. Vieira.

A mostra exibirá um documentário pela manhã e um longa-metragem à tarde.

A lista de Filmes:

Nosso Lar (2010)
As Mães de Chico Xavier (2011)
O Filme dos Espíritos (2011)
Bezerra de Menezes (2008)
Chico Xavier - o Filme (2010)
Allan Kardec, o Educador (2005)
As Cartas Psicografadas por Chico Xavier (2010)
Divaldo Franco - Humanista e Médium Espírita (2008)
A Grande Síntese de Pietro Ubaldi (2009)
Eurípedes Barsanulfo, Educados e Médium (2007)



Mostra de Filmes Espíritas e Espiritualistas Lusófonos

Data:
de 21 a 25 de fevereiro de 2012
Horário: Das 10h00 às 18h00
Local: Alfred Hitchcock Cinema – Arts Building (Queen Mary University of London)
327 Mile End Road, E14 NS – Mile End Station
Reservas antecipadas gratuitas:
http://bit.ly/SpiritFilm
Mais informações: bussevents@gmail.com
Todos os filmes lusófonos terão legendas em inglês. As sessões serão seguidas de um debate sobre o tema.